Na última semana o
Governo Dilma anunciou uma série de medidas para a construção
civil atuante no país. Trata-se de mais um pacote "anticrise"
em benefício do capital que vai inflar ainda mais a bolha
imobiliária brasileira.
Entre as medidas
anunciadas pelo governo consta a desoneração da folha de pagamentos
que acerta em cheio a previdência pública, redução de impostos
(como o IR, CSLL, PIS e Cofins), além de uma linha de capital de
giro de R$ 2 bilhões. [1]
O objetivo claro é
tentar manter a acumulação e reprodução do capital, em especial o
especulativo, mas o governo tentou posar de defensor dos
trabalhadores ao mencionar a questão dos empregos.
A sinceridade de tais
assertivas podem ser constatadas nas demissões no setor automotivo -
onde as benesses despejadas às montadoras também "visavam"
proteger os empregos [2] - e as 6 mil
demissões na Usina de Jirau, em 2011, que contaram com o apoio do
próprio governo petista.
Apagando incêndio com
gasolina!
Até 2008 a prioridade no
Brasil era a produção para exportação. Quando a crise estoura
essas ficam prejudicadas e o governo brasileiro, para escoar essa
produção, passa a tomar medidas para estimular o consumo interno
das famílias, o chamado mercado interno, até então negligenciado.
[3]
Para alavancar o mercado
interno foi expandida oferta de crédito para o consumo e inflada a
bolha imobiliária. Tais medidas são as mesmas que os países
capitalistas centrais tomaram para enfrentar a crise de superprodução
do capital e que apenas empurraram a crise com a barriga. Apesar
disso nesses países há uma tentativa de reativar esses mecanismos
já demonstrados fracassados.
Os governos petistas
primeiro chamaram a crise de "marolinha", depois disseram
que o Brasil estava "blindado" dela e por último que o
país enfrentava a crise com medidas diferentes dos países europeus
e dos Estados Unidos.
Um olhar atento já
demonstrava que tal discurso não correspondia à realidade. Agora as
práticas já não podem ser dissimuladas tão facilmente. E em um
futuro próximo ficará evidente aos olhos dos trabalhadores
brasileiros que são eles que pagam pela crise.
O governo que prejudica a
previdência pública com a desoneração da folha de pagamentos tem
fugido de acabar com o fator previdenciário e já estuda uma nova
contra-reforma para o setor. Também busca realizar uma
contra-reforma nas leis trabalhistas do país, com o apoio da direção
da CUT.
Essas serão algumas das
medidas "anticrise" que o governo petista buscará
implementar em breve. Em julho, José Dirceu, já pedia por elas:
"Por
mais importantes que tenham sido as medidas adotadas até agora,
precisamos avançar. As decisões que devem ser tomadas, de caráter
político, envolvem o Congresso Nacional, partidos, empresários e
sindicatos de trabalhadores. As greves e as pressões sobre o governo
indicam a necessidade de uma pactuação política sobre as próximas
medidas e ou reformas, sem falar nas reformas trabalhista e/ou
previdenciária." [4]
___________________________________
[1]
Governo federal anuncia pacote de incentivo à construção civil
(05/12/2012):
[2]
Setor automotivo mostra que trabalhadores pagam pela crise no
Brasil (05/08/2012):
[3]
A crise no Brasil (06/05/2012):
[4]
Crise lá fora não deixa dúvidas: 2013 também não será
fácil (24/07/2012):
.