sábado, 13 de julho de 2013

Declaração de Edward Snowden no aeroporto de Sheremetyevo, na Rússia

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shesRússia - Diário Liberdade - [WikiLeaks] 12/7/2013, 17h, Aeroporto de Moscou. Edward Joseph Snowden fez uma declaração a organizações de direitos humanos e indivíduos que se reuniram com ele no aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, às 17h de hoje, 12/7/2013, 6ª-feira.

A reunião durou 45 minutos. Dentre outras organizações de Direitos Humanos estavam presentes Amnesty International e Human Rights Watch, que, depois da declaração, puderam fazer perguntas ao Sr. Snowden.

A representante da organização Human Rights Watch disse, nessa oportunidade, que quando vinha para o aeroporto, recebera telefonema do embaixador dos EUA na Rússia, que lhe pediu que dissesse ao Sr. Snowden que o governo dos EUA não classifica o Sr. Snowden como "whistleblower" e que ele infringiu a lei dos EUA.

Assim se comprova mais uma vez a perseguição que os EUA movem contra o Sr. Snowden e que ele, portanto, tem integral direito de pedir e aceitar asilo. [Na foto:] À esquerda do Sr. Snowden vê-se Sarah Harrison, conselheira jurídica enviada por WikiLeaks; à direita do Sr. Snowden, uma tradutora. A seguir, a declaração:

Declaração de Snowden em Sheremetyevo

Boa-tarde. Meu nome é Ed Snowden. Há pouco mais de um mês, eu tinha família, um lar no paraíso, e vivia com grande conforto. Tinha também meios para, sem qualquer ordem judicial, procurar, avaliar e ler as comunicações de vocês todos. Comunicações de qualquer pessoa, a qualquer momento. É o poder para mudar o destino das pessoas.

E também é grave violação da lei. As 4ª e 5ª Emendas da Constituição do meu país, artigo 12 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e inúmeros estatutos e tratados proíbem tais sistemas de vigilância pervasiva massiva. Enquanto a Constituição dos EUA define esses programas como ilegais, o meu governo argumenta que decisões tomadas por tribunais secretos, que o mundo não tem permissão para ver, legitimam, de algum modo, aquele procedimento ilegal. Essas decisões de tribunais secretos corrompem, simplesmente, as noções mais básicas da Justiça – que a Justiça, para ser feita, tem de trabalhar às claras. O imoral não pode ser tranformado em moral por força de lei secreta.

Acredito no princípio declarado em Nuremberg em 1945: "Os indivíduos têm deveres internacionais que transcendem as obrigações nacionais de obediência. Portanto, cidadãos, indivíduos, têm o dever de violar leis domésticas para impedir que se cometam crimes contra a paz e a humanidade."

Assim, fiz o que acreditei ser certo e comecei uma campanha para corrigir esses malfeitos. Não procurei riqueza para mim. Não procurei vender segredos dos EUA. Não colaborei com qualquer governo estrangeiro para garantir minha segurança. Em vez disso, levei o que eu sabia para a opinião pública, para que o que nos afeta todos nós possa ser dicutido por todos nós à luz do dia e pedi justiça ao mundo.

Essa decisão moral de contar à opinião pública sobre a espionagem que nos afeta todos foi difícil e custosa, mas foi a coisa certa a fazer, e não carrego nenhum arrependimento.

Desde aquele momento, o governo e os serviços de inteligência dos EUA vêm tentando converter-me em exemplo, um alerta a todos os outros que possam decidir falar, como eu decidi. Já me converteram em apátrida e estou sendo caçado por meu ato de expressão política. O governo dos EUA pôs meu nome em listas de pessoas proibidas de voar no mundo. Exigiu que Hong Kong me entregasse, em ato contrário às próprias leis, em violação direta do princípio da não devolução – a Lei das Nações. Ameaçou com sanções os países que decidiram defender meus direitos humanos e o sistema de asilo da ONU. O governo dos EUA tomou até a medida, sem precedentes, de ordenar a exércitos aliados que forçassem o pouso de um avião presidencial no qual viajava o presidente de um país latino-americano, para revistá-lo à procura de um refugiado político. Essa perigosa escalada representa uma ameaça não só à dignidade da América Latina, mas aos direitos básicos de todos os seres humanos, de todas as nações, de viverem livres de perseguição e de buscar asilo e de asilar-se.

Contudo, mesmo ante a essa agressão historicamente desproporcional, países em todo o mundo ofereceram-me apoio e asilo. Essas nações, entre as quais Rússia, Venezuela, Bolívia, Nicarágua e Equador, têm minha gratidão e meu respeito, por terem sido as primeiras a erguer-se contra as violações de direitos humanos cometidas pelos poderosos, mais do que pelos sem poder. Ao se recusar a ceder os próprios princípios ante a violência da intimidação, todos esses países se fazem credores do respeito do mundo. Tenho intenção de viajar a cada um desses países, para apresentar meus agradecimentos, pessoalmente, aos governos e aos cidadãos.

Anuncio hoje que formalmente aceito todas as ofertas de apoio ou de asilo que recebi e todas as que venham a ser-me oferecidas no futuro. Como, por exemplo, a garantia de asilo que me deu o presidente Maduro da Venezuela, meu estatuto de asilado é hoje formal – e nenhum Estado tem base legal para limitar ou interferir no meu direito de gozar o direito daquele asilo.

Mas, como vimos, alguns governos da Europa Ocidental e estados da América do Norte demonstraram já sua disposição para agir à margem da lei. E essa ameaça persiste ainda hoje. Essa ameaça ilegal torna impossível minha viagem para a América Latina e me impede de usufruir os meus direitos de asilo, direito garantido para todos os homens e mulheres do mundo.

A intenção manifesta de Estados poderosos para agirem contra a lei é ameaça que pesa contra todos nós e não se pode deixar que se concretize.

Assim sendo, peço que me ajudem a obter o direito de livre passagem pelo espaço aéreo de nações necessárias para que se complete em segurança a minha viagem para a América Latina. Peço também asilo à Rússia, até que aqueles Estados aceitem obedecer à lei e permitam que eu viaje em segurança. Hoje apresentarei à Rússia o meu pedido de asilo. Espero que seja aceito.

Se tiverem perguntas, responderei as que eu puder. Obrigado
Extraído de:
O original encontra-se em:
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sexta-feira, 5 de julho de 2013

PM do RJ Agride Ativistas de Midia Independente

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Extraído do Centro de Mídia Independente

Policia Militar do Rio de Janeiro agride ativistas de mídia independente durante manifetação próximo a residência do Governador Sergio Cabral, no dia 05 de julho de 2013. 




http://www.youtube.com/watch?v=fusk9JZW-6Y


Publicado em 04/07/2013
Momento em policiais militares abordam manifestantes em posto de gasolina após o ataque do BME na Terceira Ponte para dispersar o protesto.

Como as imagens mostram, um dos integrantes do grupo de pesquisa Labic.Ufes e colaborador Ninja tem a câmera, que é equipamento público da UFES, retida pela polícia que vasculha (cenas finais) e apaga parte do material.

Pouco tempo depois, outro pesquisador (que acompanhava e fez parte dessas imagens) foi agredido, derrubado no chão e teve material apreendido.

Sorte que boa parte dos arquivos foram recuperados. As imagens não param de chegar.


http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2013/07/521135.shtml


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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Manipulação Global

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Como a Rede Globo manipulou o noticiário sobre os protestos ocorridos no Rio de Janeiro durante a final da Copa das Confederações, dia 30 de junho.



http://www.youtube.com/watch?v=-kWlCKWTmdE


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quarta-feira, 3 de julho de 2013

A curiosa Marinaleda


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Em tempos de justas contestações sociais vale a pena conhecer e refletir sobre a experiência da pequena cidade espanhola de Marinaleda. 

Localizada na província de Sevilha, Marinaleda promoveu profundas mudanças políticas, econômicas e sociais a partir das lutas de seu povo.

O prefeito e o vereadores não possuem privilégios e recebem o mesmo que o povo. As decisões sobre impostos e políticas públicas são tomadas pela própria população em assembléias públicas. A economia foi democratizada sendo os ganhos do trabalho repartido entre os verdadeiros produtores. As pessoas foram colocadas a frente dos lucros. 

Com esse modelo a população de Marinaleda não tem passado pelos constrangimentos e privações dos demais espanhóis que estão perdendo o emprego, o salário, a aposentadoria e até a moradia para bancar uma crise que não criaram para salvar os grandes grupos econômicos.




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