sábado, 31 de julho de 2010

Lula e o funcionamento do regime

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Em sua passagem por Porto Alegre, no último dia 29 de julho, Lula ironizou os candidatos que criticam banqueiros e empresários da seguinte forma:


"Essa época é época de desancar empresário, é época de bater em banqueiro, é época de falar mal das pessoas de que eles sabem que não podem falar mal, porque são as pessoas que financiam as suas campanhas. Mas é assim a lógica da política nacional, uma cultura." [*]


Como "quem paga a banda escolhe a música" não é difícil imaginar para quem tais candidatos governarão. Basta observar o próprio governo do "operário" que proporcionou lucros recordes e benesses nunca antes vistas para banqueiros, grandes empresários e o latifúndio.

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[*] Lula ironiza candidatos que “desancam empresário e banqueiro” na campanha (29/07/2010):
http://noticias.r7.com/brasil/noticias/lula-ironiza-candidatos-que-desancam-empresario-e-banqueiro-na-campanha-20100729.html
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segunda-feira, 26 de julho de 2010

O liberalismo é uma ideologia

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Embora a afirmação acima seja de uma obviedade tão grande que beira a banalidade, se faz pertinente trazê-la uma vez que é professada pelo intelectual liberal mais festejado da atualidade, Ludwig von Mises, além de, em inúmeras oportunidades, nos depararmos com governos, políticos e pensadores propalando os pressupostos liberais (ou neoliberais) como se fossem verdades biológicas e acusando seus críticos de serem os "ideológicos".


"O liberalismo não é religião, nem uma visão de mundo, nem um partido de interesses especiais. Não é religião, porque não exige fé nem devoção, porque não há nada místico nele e porque não professa dogmas. Não é visão de mundo, porque não tenta explicar o cosmo e porque não diz coisa alguma, e não procura dizer coisa alguma sobre o significado e o propósito da existência humana. Não é partido de interesses especial, porque não fornece, nem busca fornecer qualquer vantagem especial a quem quer que seja, indivíduo ou grupo. É algo totalmente diferente! É uma ideologia, uma doutrina da relação mútua entre os membros da sociedade e, ao mesmo tempo, aplicação desta doutrina à conduta dos homens numa sociedade real."

- Ludwig von Mises em sua obra "Liberalismo"


Claro que cabem ressalvas a algumas afirmações do trecho citado. Por exemplo, o "liberalismo não é religião" porque "não exige fé nem devoção", isso é óbvio em tratando de um Deus, mas a "fé e devoção" dos liberais no mercado auto-regulado é de um fundamentalismo tão insano quanto o de qualquer religião. O mercado tem humor (ele fica nervoso, eufórico, etc), ele pune os "infiéis", etc. Ainda pretendo desenvolver mais sobre isso no futuro.

Outra afirmação que chega a ser contraditória é a de que o liberalismo "não é visão de mundo" e nem busca "explicar" as coisas. O que então o próprio Mises pretendia nos seus trabalhos que analisavam a economia, a política e as relações sociais humanas?

Mais frágil e contraditória ainda é a sua assertativa sobre o "liberalismo não ser um partido de interesse especial" sendo que o próprio Mises buscou argumentos para dar uma função social aos capitalistas que podem viver sem trabalhar, além de ter afirmado que o objetivo do liberalismo era a monarquia parlamentar, ou seja, um arranjo político que garantia privilégios para grupos e indivíduos na sociedade.
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terça-feira, 20 de julho de 2010

A praga da batata e a praga do liberalismo

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Um dos episódios mais trágicos da História moderna, e muito pouco comentado, foi a fome que assolou a Irlanda no século XIX, mais precisamente de 1845 à 1849. As estimavas mais modestas apontam que 1 milhão de pessoas teriam morrido e outras 1,5 milhão teriam deixado o país que tinha aproximadamente 8 milhões de habitantes. A crença na auto-regulação do mercado foi um dos grandes responsáveis pelo sofrimento e ceifamento de tantas vidas.

Em 1845 a plantação de batatas na Irlanda foi atacada pelo oomiceto "Phytophthora infestans", parasita que devastou quase toda a lavoura. O episódio, que espalhou a fome e a ruína para inúmeras famílias, acabou ficando conhecido como "a praga da batata". O cenário caótico foi descrito dessa forma por Voltaire Schilling:
"Os repórteres do London News enviados para os campos da Irlanda em 1849 não podiam acreditar no que viam. Eles foram para lá cobrir a Grande Fome que grassava na ilha pelo terceiro ano consecutivo, mas não imaginavam ver o que os aguardava. Onde esperavam ver a celebrada cor esmeralda das terras irlandesas, depararam-se com uma assustadora paisagem lunar. Espalhados nela, uma gente famélica, reduzida aos ossos, homens, mulheres e crianças, removia a terra como um bando de doidos. O que conseguiam catar do chão levavam logo à boca ou jogavam para os filhos, encovados e exaustos, sentados ao redor."[1]

Mas se estamos diante de uma tragédia natural então qual seria a responsabilidade do liberalismo no caso? Vejamos:

Os proprietários arrendavam lotes de terras para vários camponeses que neles plantavam batatas. Os ganhos com a atividade eram tão modestos que era comum se deparar com as mulheres dos camponeses mendingando. Além do mais havia uma série de intermediários entre ambos e caso um dos camponeses não pagasse o proprietário, este poderia expulsar os camponeses. Foi exatamente o que os proprietários fizeram quando estourou a praga da batata.

O quadro de miséria desesperadora comoveu até o político direitista conservador Robert Peel que implementou uma série de medidas para tentar atenuar a situação, mas não as autoridades inglesas que administravam a Irlanda, que viam nessas medidas um odioso intervencionismo e acreditavam que bastaria deixar por conta da auto-regulação do mercado que a situação se contornaria por si. Assim, Peel acabou caindo em 1846 após perder o apoio dos políticos ingleses. Em seu lugar assumiu John Russel mais alinhado com as políticas do laissez-faire.

Coerentes com esses ideais Russel e seus seguidores permitiram que outros alimentos produzidos na Irlanda continuassem a ser exportados ao passo que impediam que alimentos subsidiados (mais baratos) enviados de fora entrassem e fossem distribuidos à população. Tudo para não atentar contra a liberdade do mercado. Afinal era preciso "impedir o povo de se habituar a depender do governo", como disse o líder liberal inglês Charles Trevelyan.[2] Além da praga da batata o povo irlandês foi vitimado pela praga do liberalismo.

Diante de tamanho fundamentalismo insano muitos irlandeses que mantiveram alguma força trataram de embarcar em navios precários (os "navios-caixões") e deixar o país. Gente como o bisavô de John F. Kennedy que imigrou para a América. Mesmo assim muitos não resistiram e morreram durante a viagem. Outros perambularam internamente e foram castigados pelo tempo e pelo desamparo como na tragédia de Doolough.

A tragédia causada pela praga da batata não abalou os pressupostos da praga do liberalismo. Ludwig von Mises, o intelectual liberal mais festejado da atualidade, comemorou da seguinte maneira a atitude que teve um ex-presidente dos Estados Unidos diante de outra tragédia natural:
(...) foi um presidente democrata dos Estados Unidos, o presidente Cleveland que, em fins da década de 1880, vetou uma decisão do Congresso de conceder uma pequena soma de auxílio - cerca de dez mil dólares - a uma comunidade que sofrera uma catástrofe. Esse presidente justificou seu veto escrevendo as seguintes palavras: "É dever do cidadão manter o governo, mas não é dever do governo manter os cidadãos." Estas são palavras que todo estadista deveria escrever numa parede de seu gabinete, para mostrar aos que viessem pedir dinheiro. [3]

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[1] SCHILLING, Voltaire. Irlanda: A Grande Fome da Batata.
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/irlanda_fome.htm
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/irlanda_fome2.htm

[2] JOANNON, Pierre. A grande diáspora irlandesa.
http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/a_grande_diaspora_irlandesa_imprimir.html

[3] MISES, Ludwig von. As Seis Lições.

Outras referências consultadas
SCHILLING, Voltaire. Irlanda - Católicos e Protestantes - A Grande Fome: a tragédia do século.
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/atualidade/irlanda7.htm
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sábado, 10 de julho de 2010

Filho de um dos donos da RBS estaria envolvido em estupro

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No último domingo (04/07/2010) a Rede Record, no seu programa "Domingo Espetacular", exibiu uma matéria sobre algo que já vinha sendo divulgado pela Blogosfera: o caso de estupro de uma adolescente em Florianópolis que envolveria o filho de um dos diretores da RBS e membro da família Sirotsky.

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http://noticias.r7.com/videos/adolescente-troca-mensagens-em-site-de-relacionamento-e-confessa-estupro/idmedia/9552adb21a8e570d1a24bc4fdd15a07a.html
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Mídia "livre": demitida por delito de opinião

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CNN demite editora por opinião no Twitter

Octavia Nasr, editora da CNN por durante 20 anos, foi demitida da emissora americana devido a um comentário postado no Twitter onde demonstrava respeito pelo clérigo Sayyed Mohammed Hussein Fadlallah, ex-dirigente do Hezbollah (grupo político libanês).

Fadlallah faleceu no último dia 4 de julho. Apesar de ter sido mentor espiritual do Hezbollah quando da sua fundação, rompeu com o mesmo na sequência devido à divergências. Foi crítico de Bin Laden e do talibã e tinha uma posição mais aberta no tocante aos direitos das mulheres. Era por esse último ponto que Octavia Nasr entendia que ele merecia respeito. No entanto a CNN entendeu de outra forma:
"Ela não atendeu aos padrões editoriais da CNN. Este é um assunto sério que será tratado adequadamente", disse o porta-voz da emissora.[1]

A opinião vigiada e punida

Quais seriam os padrões editoriais da CNN? Considerar qualquer islamita um terrorista?

O caso demonstra mais uma vez a falácia da grande mídia privada como o terreno da liberdade. Demonstra que editores e jornalistas não têm direito ao livre pensamento e opinião. E que não bastasse ter esses direitos usurpados pelo editorial quando estão dentro da empresa ainda são vigiados e punidos por emitir opiniões em outras instâncias.

O caso de Octavia não é isolado. Recentemente a jornalista americana Helen Thomas foi "aposentada" da Hearst após emitir opiniões contrárias a Israel em um programa de entrevista.[2]
No Brasil o editor de uma das publicações da Abril, o jornalista Felipe Milanez, acabou demitido, em maio, depois de criticar, no Twitter, uma das matérias da Revista Veja.[3]

Enquanto nas "terras das liberdades" os jornalistas são perseguidos e punidos para além das estruturas das empresas e a sua aura democrática não é questionada, na Bolívia o governo é chamado de autoritário por criar uma medida que garante a livre opinião dentro dos veículos de comunicação.[4]

Tamanho cinismo e cara-de-pau não deixam as classes dominantes nem um pouquinho ruborizadas quando agitam liberdade e democracia!

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[1] CNN demite editora por frase no Twitter (08/07/2010):
http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2010/07/08/cnn-demite-editora-por-frase-no-twitter-917096862.asp

CNN demite editora para Oriente Médio após comentário no Twitter (08/07/2010):
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,cnn-demite-editora-para-oriente-medio-apos-comentario-no-twitter,578530,0.htm

CNN demite editora por frase sobre o Hezbollah no Twitter (08/07/2010):
http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI4551548-EI12884,00-CNN+demite+editora+por+frase+sobre+o+Hezbollah+no+Twitter.html

Editora da CNN é demitida por comentário sobre clérigo (07/07/2010):
http://br.noticias.yahoo.com/s/07072010/25/mundo-editora-da-cnn-demitida-comentario.html

[2] Aposentou-se ou foi aposentada? (09/06/2010):
http://blogdomonjn.blogspot.com/2010/06/aposentou-se-ou-foi-aposentada.html

[3] Jornalista é demitido da National Geographic por criticar Veja no Twitter (11/05/2010):
http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2010/05/11/imprensa35627.shtml

[4] Bolívia obriga imprensa a reservar espaço para trabalhadores (Agência Efe, 20/05/2009)
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sexta-feira, 9 de julho de 2010

A Última Superação do Marxismo

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É difícil que se passe um ano sem que Marx seja "superado" por algum solícito livre docente ou por algum filósofo da moda. A luta mortal que a sociedade burguesa deve realizar se desenvolve também no terreno ideológico. Estas superações mostram ao observador atento sempre o mesmo rosto. Mudam o teor da demonstração, os argumentos gnosiológicos ou metafísicos parecem novos, porém o caráter essencial, o ponto de partida e o ponto de chegada, são sempre os mesmos. Eles encontram sua origem na natureza pequeno-burguesa-parasitária da situação de classe dos intelectuais. Como verdadeiros pequeno-burgueses, os intelectuais não estão em condições de ver de maneira correta a realidade da luta de classes, e portanto menos ainda estão em condições de valorá-la. Eles tendem, como disse Marx, para as instituições estabelecidas, tal como para "não abolir os dois extremos, capital e trabalho assalariado, mas sim para atenuar suas contradições e levá-los a conviver em harmonia". Dado que os intelectuais são seres parasitários dentro do Estado capitalista, este último se lhes apresenta com um absoluto, ou ainda como o Absoluto. Eles contrapõem à teoria marxista uma utopia que, despojada das frases mais ou menos sedutoras, repousa sobre a glorificação do Estado existente".

- György Lukács, 1920

O texto na íntegra em:
http://www.marxists.org/portugues/lukacs/1920/mes/superacao.htm
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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Controle da internet: Blogs na mira!

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O deputado federal Gerson Peres (PP/PA) elaborou uma lei para "regulamentar" os blogs no Brasil. O projeto, apresentado em 14 de abril deste ano, está em trâmite no Congresso Nacional e pode ser acessado através do link abaixo:

http://www.camara.gov.br/sileg/integras/755059.pdf

De acordo com a proposta de Peres os blogueiros serão obrigados a moderar todos os comentários de todos os postantes. Eles serão considerados responsáveis por todos os comentários postados. O argumento é o de que haveriam muitos comentários anônimos espalhando infâmia, calúnia e difamação. Na prática a censura seria instalada e muitas vozes seriam caladas pelos próprios blogueiros que, caso não a pratiquem, seriam acionados judiciamente!

Assim, um blogueiro poderá ser processado por um comentário de alguém que chame um governo corrupto (que apesar de todas as evidências não foi punido pela justiça) de ladrão. Afinal como a justiça absolveu o corrupto (o que tem sido de praxe no noso país) logo este seria formalmente inocente e chamá-lo de ladrão constituiria um atentado a sua honra.

A medida é mais uma tentativa de controle político-social do uso da internet. Querem intimidar e criminalizar os blogueiros, pois os blogs têm contribuído para furar o bloqueio da grande mídia corporativa, denunciar falcatruas e mostrar fatos ocultados.


Mais informações sobre o projeto em:
Projeto de lei quer regularizar os blogs brasileiros (06/07/2010):
http://olhardigital.uol.com.br/produtos/mobilidade/celulares-verdes-sao-uma-alternativa-para-diminuicao-do-lixo-eletronico/12676
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sábado, 3 de julho de 2010

A Irlanda e o mito da austeridade

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Diante da crise financeira muito tem se dito de que não há outra saída a não ser cortar os "gastos", ou seja, os direitos sociais, a aposentadoria e o emprego. "É necessário austeridade!", gritam as classes dominantes ao redor do globo e na Europa em especial.

O caso da Irlanda, no entanto, mostra que tal política pode aprofundar, e não resolver a crise. O país, que foi muito celebrado por suas reformas liberais antes da crise, aprofundou tais medidas e o resultado foi o aumento da recessão.


Irlanda paga caro por austeridade financeira

Após adotar medidas de austeridade há dois anos, a desaceleração econômica só piorou

The New York Times | 30/06/2010 15:10

Enquanto grandes economias da Europa se concentram em apertar o cinto, elas estão seguindo o caminho da Irlanda. Mas a antes próspera nação está em dificuldades, sem nenhum sinal de uma reviravolta à vista.

Quase dois anos atrás, um colapso econômico forçou a Irlanda a cortar gastos públicos e aumentar os impostos, tipo de medidas de austeridade que os mercados financeiros estão agora impondo sobre as nações industriais mais avançadas.

"Quando a situação das finanças públicas foi exposta, o que todos queriam era garantir a confiança dos investidores internacionais na Irlanda para que pudéssemos continuar a pedir dinheiro emprestado", disse Alan Barrett, economista-chefe do Instituto de Pesquisa Econômica e Social da Irlanda. "Grande parte do argumento era: 'Vamos acabar com isso rapidamente'."

Em vez de ser recompensada por suas ações, no entanto, a Irlanda está sendo penalizada. Sua crise econômica foi certamente mais acentuada do que se o governo tivesse gastado mais para manter as pessoas trabalhando.

Sem o estímulo do dinheiro, a economia irlandesa recuou 7,1% no ano passado e permanece em recessão.

O desemprego no país de 4,5 milhões de habitantes é superior a 13% e as fileiras dos desempregados de longa duração - aqueles que estão fora do mercado há um ano ou mais - mais do que duplicou, chegando a 5,3%.

Agora, os irlandeses estão sendo alertados de que há mais por vir. "O fato é que não há nenhuma maneira fácil de cortar os déficits", disse o primeiro-ministro Brian Cowen. "Aqueles que afirmam que há uma maneira mais fácil ou uma opção suave não veem o mundo real."

Apesar de seus esforços extenuantes, a Irlanda tem sido empurrada para a mesma categoria vergonhosa de Portugal, Itália, Grécia e Espanha.

O país agora paga 3% mais do que a Alemanha em seus títulos de referência, em parte porque os investidores temem que o programa de austeridade, por retardar o crescimento e até agora não ter reduzido a dívida, vai tornar mais difícil para que Dublin pague suas contas.

Outras nações europeias, incluindo a Grã-Bretanha e a Alemanha, estão seguindo o exemplo da Irlanda, argumentando que a única forma de restaurar o crescimento é convencer os investidores e seu próprio povo de que a dívida pública vai encolher.

O G20 determinou por escrito no fim de semana que vai fazer da redução do déficit sua principal prioridade, apesar das advertências do presidente Barack Obama de que a austeridade pode bloquear uma recuperação global.

Os políticos locais têm aumentado os impostos e cortado os salários de enfermeiros, professores e outros funcionários públicos em até 20%.

Cerca de 30 bilhões de euros (US$ 37 bilhões) estão sendo injetados em bancos moribundos como o Anglo Irish, que foi nacionalizado após fazer empréstimos em excesso a desenvolvedores.

O orçamento passou de excedentes em 2006 e 2007 para um déficit de escalonamento de 14,3% do Produto Interno Bruto no ano passado - pior do que a Grécia. Ele continua a deteriorar.

Drenada de dinheiro depois de uma bolha imobiliária no estilo americano, a Irlanda teve de pedir bilhões emprestados; sua dívida, antes muito baixa pode corresponder a 77% do PIB neste ano.

* Por Liz Alderman


Extraído do Último Segundo:
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/nyt/irlanda+paga+caro+por+austeridade+financeira/n1237688728071.html

O original encontra-se no The New York Times:
http://www.nytimes.com/2010/06/29/business/global/29austerity.html?_r=1&dbk
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