terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mises e as catástrofes

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As imagens da catástrofe no Rio de Janeiro estão sensibilizando pessoas em todo o país - e até pelo mundo já que as imagens percorreram o globo. Estas têm prestado solidariedade como podem e questionado a responsabilidade das autoridades no episódio, que efetuaram uma série de cortes de verbas em serviços de prevenção.

Se a negligência das autoridades na prevenção de catástrofes já é condenável o que dizer se elas simplesmente se omitissem e deixassem pelas forças do mercado em caso da tragédia já ter ocorrido?

Obviamente seria absurdo concordar com a segunda hipótese. Mas houve quem a defendeu. Ludwig von Mises, o intelectual liberal mais festejado da atualidade, celebrou da seguinte maneira a omissão de um ex-presidente americano diante de uma catástrofe:

"Contudo, foi um presidente democrata dos Estados Unidos, o presidente Cleveland que, em fins da década de 1880, vetou uma decisão do Congresso de conceder unia pequena soma de auxílio — cerca de dez mil dólares — a uma comunidade que sofrera uma catástrofe. Esse presidente justificou seu veto escrevendo as seguintes palavras: "É dever do cidadão manter o governo, mas não é dever do governo manter os cidadãos". Estas são palavras que todo estadista deveria escrever numa parede de seu gabinete, para mostrar aos que viessem pedir dinheiro."
- Ludwig von Mises. As Seis Lições
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