quarta-feira, 30 de setembro de 2009

"A democracia não é a solução; é o problema", diz Liberal

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Os anticapitalistas têm ressaltado há muito a contradição entre propriedade privada (a propriedade capitalista) e a democracia.

Em artigo anterior, sobre a resenha do livro "Contra-História do Liberalismo" do filósofo italiano Domenico Losurdo, foi demonstrada a ojeriza dos liberais clássicos pela extensão do sufrágio para as camadas populares.

Publico agora trechos do artigo de um liberal do Instituto Mises, confirmando o exposto nos dois parágrafos anteriores. Agradeço ao meu irmão Richard Nogueira que colaborou enviando o presente artigo.


A democracia não é a solução; é o problema

25/9/2009
Hans-Hermann Hoppe* (artigo escrito no ano 2000)

(...)

O princípio do 'um homem-um voto' combinado com a 'livre entrada' no aparato governamental - democracia - implica que cada indivíduo e sua propriedade pessoal estão ao alcance - e à disposição - de todo o resto da população. Uma 'tragédia dos comuns' é assim criada. Em tal cenário, é de se esperar que a maioria formada por aqueles que 'têm pouco' irão implacavelmente tentar se enriquecer à custa da minoria formada por aqueles que 'têm muito'. (...)

Afinal, os 'permanentemente' ricos e os 'permanentemente' pobres geralmente são ricos ou pobres por uma razão. Os ricos são caracteristicamente perspicazes e laboriosos, e os pobres são tipicamente tolos, preguiçosos, ou ambos. (...)

(...)

(...) A atual bagunça também é resultado de ideias. É o resultado da aceitação avassaladora, pela opinião pública, da ideia da democracia. Enquanto essa aceitação prevalecer, uma catástrofe será inevitável, e não haverá esperança de melhorias mesmo após sua consumação. Por outro lado, uma vez que a ideia da democracia seja reconhecida como falsa e malévola - e ideias podem, em princípio, ser mudadas quase que instantaneamente - uma catástrofe pode ser evitada.

A principal tarefa aguardando aqueles que querem mudar as coisas e impedir um completo colapso é a 'deslegitimização' da ideia da democracia, apontando-a como a raiz do presente estado de progressiva 'descivilização'. (...)

(...)

Ainda mais importante, é preciso deixar claro novamente que a ideia de democracia é imoral e antieconômica. (...)

Por outro lado, em relação à qualidade moral da democracia, deve-se enfatizar inflexivelmente que não é a democracia, mas sim a propriedade privada, a produção e as trocas voluntárias as fontes supremas da civilização humana e da prosperidade. (...)

A propriedade privada é tão incompatível com a democracia quanto o é com qualquer outra forma de domínio político. Ao invés de democracia, tanto a justiça quanto a eficiência econômica requerem uma sociedade pura e irrestritamente baseada na propriedade privada. Em tal sociedade - também chamada de 'anarquia de produção' - ninguém reina sobre ninguém, e todas as relações de produção são voluntárias, portanto mutuamente benéficas.

A íntegra do artigo encontra-se em:
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=398

* Hans-Hermann Hoppe professor de economia da Universidade de Nevada, Las Vegas, é um membro sênior do Ludwig von Mises Institute, fundador e presidente da Property and Freedom Society e co-editor do periódico Review of Austrian Economics.