domingo, 2 de setembro de 2012

Direitos trabalhistas em risco!

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Há um tempo atrás circulou, e de vez em quando ainda circula, um e-mail que fala sobre o fim das férias, do 13° terceiro, entre outros direitos trabalhistas. Esse e-mail denuncia os deputados que votaram favorável ao fim dos direitos dos trabalhadores brasileiros.

A notícia contida no referido e-mail, e que aparece como atual, é de 2002. Dez anos depois esse projeto está na Casa Civil esperando o término das eleições municipais para ser encaminhado para votação do Congresso Nacional - o governo e os políticos dos partidos da “oposição” sabem da impopularidade da medida e não querem desgastar seus pares na presente eleição.

É hora, portanto, de romper a cumplicidade e o silêncio dos partidos da ordem! É preciso que uma nova corrente percorra a internet denunciando esse retrocesso que, apresentado como “modernização”, vai é empurrar as condições de trabalho para algo similar ao século XIX.
Rafael de Araújo Gomes, Procurador do Trabalho em Araraquara, baseado em fatos reais com os quais se deparou, dá uma ideia do que pode ocorrer em nível nacional se esse projeto for aprovado:

"Dou um exemplo concreto: em 2008, realizei em conjunto com a colega Larissa Lima uma audiência pública, com a presença de representantes de dezenas de sindicatos de trabalhadores e empregadores rurais da região abrangida pela Procuradoria do Trabalho no Município de Patos de Minas (oeste de Minas Gerais, com forte presença de lavouras de café e feijão, entre outras), que foram alertados quanto a cláusulas que não deveriam ser incluídas em convenções e acordos coletivos.

A necessidade de tal audiência pública se fez óbvia ante a descoberta da proliferação, em toda a região, de acordos coletivos firmados com grandes fazendeiros que previam, entre outras coisas, que: a) o custo das ferramentas de trabalho (enxada e rastelo, por exemplo) seria suportado pelos trabalhadores rurais; b) o empregador era dispensado de fornecer na fazenda água potável e fresca; c) seria considerado como falta o dia em que o empregado não apresentasse a produtividade esperada pelo empregador, d) não haveria limitação ao número de horas extras diárias durante a colheita; entre outros absurdos.

Todos os sindicatos que foram flagrados celebrando acordos assim terminaram assinando com o Ministério Público termos de ajuste de conduta, comprometendo-se a não mais pactuar tais cláusulas, sob pena de multa." (O projeto de flexibilização trabalhista da CUT: O que é isso, companheiro?)

Vão dizer que, se os trabalhadores aceitarem abrir mão dos seus direitos, haverá mais oferta de emprego. Trata-se de uma grande mentira! Conforme demonstram vários estudos, o desemprego aumentou mais nos países onde as leis trabalhistas são “flexíveis”:

"As estatísticas mostram que a situação se agravou mais rapidamente naqueles países com legislação trabalhista mais flexível - que permite a contratação de temporários com baixo nível de direitos empregatícios e facilita a demissão. É o caso, principalmente, de Espanha, Irlanda e Estados Unidos. Estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revela que em novembro de 2009 o desemprego na Espanha alcançou 19,4%, número 5,4 ponto percentual acima do registrado um ano antes. Na Irlanda, a alta foi de 5,2 ponto percentual, atingindo 12,9%. E nos Estados Unidos o aumento foi de 3,1 ponto percentual, chegando a 10%.

Em compensação, em países com leis trabalhistas mais pró-empregados, a evolução do desemprego foi mais lenta. Caso da Alemanha, com 0,5 ponto percentual acima do número de um ano atrás, alcançando 7,6% de desemprego em novembro. Da Itália - expansão de 1,2 ponto percentual - com 8,3% de desemprego no penúltimo mês do ano passado. E França, com 1,7 ponto percentual de aumento, atingindo 10%. Na Noruega, onde o governo em janeiro de 2009 adotou medidas de proteção ao emprego, o índice evoluiu 0,4 ponto percentual em relação a outubro de 2008, registrando 3,2% em outubro do ano passado." (Desemprego se agrava ainda mais em países com leis trabalhistas flexíveis. Correio Braziliense, 08/02/2010)

Como se pode perceber não há motivos para os trabalhadores brasileiros aceitarem o confisco dos seus direitos!

Uma nova corrente deve ser formada!

Repasse esse texto para os seus amigos e vamos às ruas!


Obs: não sou adepto de correntes e nunca fiz um texto com esse objetivo, mas diante da cumplicidade dos partidos da ordem, de alguns dirigentes sociais comprometidos com o governo e da grande mídia, considero fundamental alertar os trabalhadores sobre o ataque brutal aos seus direitos que vem sendo arquitetado silenciosamente nos bastidores do poder.   
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