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Famílias gastam com saúde 29,5% mais que o governo
Por Daniela Amorim e Luciana Nunes Leal | Agência Estado - 18/01/2012
O gasto per capita da administração pública, que inclui as esferas de governo federal, estadual e municipal, em bens e serviços de saúde foi de R$ 645,27 em 2009, segundo o levantamento Conta-Satélite de Saúde 2007-2009, um detalhamento das contas nacionais, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já a despesa per capita das famílias com saúde no mesmo período foi 29,5% maior, cerca de R$ 835,65.
Embora as despesas com saúde aumentem ano a ano, a diferença permanece considerável entre os gastos privados e os gastos públicos. Em 2008, o gasto per capita com saúde do setor público foi de R$ 566,43, enquanto o gasto privado por pessoa foi de R$ 758,21. Em 2007, a administração pública despendeu com saúde R$ 502,36 por pessoa, enquanto as famílias gastaram R$ 698,98.
De acordo com o IBGE, o aumento dos gastos públicos e privados em saúde está diretamente ligado ao envelhecimento da população. "A população vai ficando mais velha, usa mais serviços de saúde, porque as pessoas vivem mais", explicou Ricardo Montes Moraes, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.
Foi a primeira vez que o IBGE calculou a despesa per capita com saúde no País. A publicação teve uma edição anterior, referente ao período de 2005 a 2007, mas não continha esse tipo de comparação.
O estudo mostrou ainda que as famílias são responsáveis por 56,4% das despesas totais com saúde e o setor público por 43,6%. A distância era ainda maior em 2007, 58,2% a 41,8%, respectivamente, mas continua muito longe da proporção de países como Alemanha, França e Bélgica, onde o setor público responde por mais de 70% dos gastos em saúde.
De cada R$ 100 gastos pelas famílias com saúde, R$ 38,40 vão para remédios e outros bens, como aparelhos e instrumentos médicos; R$ 52,7 vão para serviços e R$ 8,90 para planos de saúde. Em 2009, os brasileiros gastaram R$ 60,2 bilhões em medicamentos e outros bens, R$ 82,8 bilhões no pagamento de serviços e R$ 13,9 bilhões em planos de saúde.
Os dados mostram o aumento expressivo dos gastos com remédios, que passaram de R$ 48,8 bilhões em 2008 para R$ 56,1 bilhões em 2009. Os gastos com hospitais ficaram estagnados, enquanto houve grande crescimento dos pagamentos por serviços não hospitalares (consultórios, clínicas, laboratórios, exames), que passaram de R$ 49,8 bilhões para R$ 57 bilhões.
Já o setor público gastou R$ 6,3 bilhões (5%) em medicamentos distribuídos gratuitamente para a população, o que não inclui remédios aplicados em pacientes de hospitais e postos de saúde. O maior peso dos gastos públicos, de R$ 102,2 bilhões em 2009 (82,7%), foi aplicado em saúde pública (serviços de atenção à saúde, vacinação, postos de saúde, vigilância sanitária).
Despesas com hospitais públicos e com pagamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) a hospitais privados somaram R$ 14,9 bilhões (12,1%).
Extraído de:
http://br.noticias.yahoo.com/fam%C3%ADlias-gastam-sa%C3%BAde-29-5-governo-125800577.html
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[*] "Em 2006, em um de seus ensaios dos “nunca antes na História deste país”, Lula afirmou que a saúde pública no Brasil estava à beira da perfeição. Se tal assertativa já poderia ser contrastada com as filas quilométricas e intermináveis nos hospitais públicos, com as precárias condições dos estabelecimentos, com as mortes de pacientes por falta de atendimento, entre outras calamidades, em 2008, um estudo divulgado pela Fundação Instituto de Administração (FIA), ligada à Universidade de São Paulo (USP), demonstrou que o investimento do Estado, por pessoa, com o setor, era similar ao de 15 anos atrás, ou seja, ao do início dos anos 90.
Quando se compara o arrecadado com o investido o Brasil tem um dos percentuais mais baixos da América Latina (8,7%), quase a metade da Argentina (16,5%) e da Venezuela (16,7%), quase um terço do México (24,2%) e mais de quatro vezes menos do que a Colômbia (37,6%). (NoMinuto, 14/03/2008)"
Lula: ruptura ou continuidade de FHC?
http://blogdomonjn.blogspot.com/2010/11/lula-ruptura-ou-continuidade-de-fhc.html
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