sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Dubai: expira a validade de mais um colírio neoliberal


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A crise em Dubai mostrou que a crise financeira ainda não passou como alardearam aos quatro ventos alguns governos e analistas "otimistas". Reflexo da própria crise atual, seus efeitos deverão ser sentidos na Europa, principalmente no Leste, além de ricos de várias partes do mundo. [1]
O episódio marcou, também, a queda de mais um castelo de areia propagandeado pelo neoliberalismo.

Construções faraônicas para abrigar bancos, empresas e milionários; e facilitação de depósitos financeiros - onde não se questionava a origem do recurso - foi uma realidade que embalou o sonho de capitalistas de várias partes do mundo.
Devido as benesses oferecidas ao capital estrangeiro Dubai virou uma grande peça de propaganda das classes dominantes ocidentais e dos jornalistas à seu serviço, apresentada como um paraíso na terra, um exemplo a ser seguido e foi dito até que seus governantes preservavam "os direitos básicos dos cidadãos". [2]

Nesse Éden onde os "direitos básicos dos cidadãos" são preservados vigora uma dinastia monárquica onde o poder passa de um parente para outro, sem eleição, e a imprensa é duramente reprimida.
Curiosamente esse detalhe nunca foi mencionado nas inúmeras reportagens das mídias tupiniquins tão "zelosas" das liberdades.

A propaganda de Dubai foi tão forte que inúmeros trabalhadores de vários países (como da Índia e de Bangladesh) foram atraídos com o canto da sereia de que fariam fortuna nos guindastes do "canteiro de obras" do emirado. Se depararam com os "direitos básicos" das longas jornadas de trabalho, dos parcos salários e de serem transportados em ônibus de metal para bairros paupérrimos e distantes dos olhos dos turistas. [3]

Dubai tem 1,2 milhões de habitantes e é um dos sete emirados semi-autônomos que compõem os Emirados Árabes Unidos.
Vinha recebendo recursos do vizinho Abu Dhabi, para evitar que os efeitos sentidos pela crise mundial se espalhasse para todo o país. [4] Mas acabou declarando que só poderia pagar as dívidas acumuladas pela Dubai World, que financiou todo o "canteiro de obras", daqui há seis meses.



[1] http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u658005.shtml

http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1394643-9356,00-CALOTE+EM+DUBAI+PREJUDICA+INVESTIDORES+BANCOS+E+CELEBRIDADES+ENTENDA.html

[2] http://www.mre.gov.br/portugues/noticiario/nacional/selecao_detalhe3.asp?ID_RESENHA=564858

[3] http://www.independent.co.uk/opinion/commentators/johann-hari/the-dark-side-of-dubai-1664368.html

[4] http://www.estadao.com.br/noticias/economia,brasileiros-temem-que-moratoria-em-dubai-agrave-situacao-de-trabalhadores-imigrantes,475434,0.htm