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O conceito marxista de luta de classes foi - e em muitos casos ainda é - muito criticado pelos revisionistas de todo o tipo e pelos pós-modernos. Para o azar deles a roda da História seguiu girando e mostrou quem estava com a razão.
A crise financeira atingiu em cheio a Grécia. O Governo disponibilizou 28 bilhões para salvar os banqueiros em apuros. Agora quer cortar 30 bilhões da população. Esta resiste! O que é isso senão uma luta dos ricos contra os pobres? Ou seja, uma luta de classes?!
As mobilizações na Grécia se tornaram massivas e têm deixado apreensivas as classes dominantes no mundo inteiro, e em especial na Europa, onde outros países passam por dificuldades semelhantes. Temem que esse "contágio grego" se alastre pelo continente.
A situação também mostra que as classes dominantes não têm outro modelo de capitalismo para apresentar. Diante da crise do neoliberalismo só conseguem oferecer mais neoliberalismo! É o ajuste que pretendem impor ao povo grego: corte de salários, ataques à previdência, às leis trabalhistas, etc.
Isso mostra que, diferente do que alguns chegaram a acreditar quando estourou a crise financeira, o neoliberalismo não morrerá sozinho! Há uma incapacidade estrutural das classes dominantes, advinda do atual estágio de desenvolvimento e funcionamento das forças produtivas e alcance global do modo de produção capitalista, em oferecer outro modelo de capitalismo. Essa incapacidade se expande para praticamente todos aqueles que encontram-se comprometidos com o sistema. É o caso da social-democracia, que apesar de ter sido eleita pelo desgaste do governo neoliberal de Karamanlís, busca a todo o custo impor um ajuste que é... neoliberal!
A luta que se trava nas ruas da Grécia é para saber quem vai pagar pela crise capitalista. As classes dominantes querem jogar a conta nas costas das classes subalternas. Estas últimas negam-se a pagar a conta de uma crise que não criaram. Ainda não se sabe quem sairá vitorioso dessa queda de braço. Mas não se pode negar que estamos diante de uma luta de classes. Marx, mais uma vez, manda lembranças!
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