Por
Guilherme Vidal - 1 MONTH AGO
Em greve há quase um
mês, Professores e Servidores da Saúde de Goiânia não estão
ocupando destaque na mídia burguesa, tampouco na dita “alternativa”.
Obviamente, os conglomerados da comunicação não são de cobrir
greves e protestos populares - feita ressalva à categoria
“panelaço”. Entretanto, e os nossos Jornalistas Livres? Livres,
pero no mucho.
Assim como no caso da
Cracolândia, a imprensa dos editais acabaram não cobrindo a
repressão e truculência da polícia, muito menos o despotismo dos
agentes políticos. Dando nome aos bois, Fernando Haddad e Paulo
Garcia, ambos prefeitos pelo PT, respectivamente, de São Paulo e de
Goiânia. No caso de Goiânia, professores da rede municipal de
ensino foram feridos a pauladas pela Guarda Civil Metropolitana
DENTRO do Paço Municipal(23/04). Cadê a cobertura da Carta Capital,
Revista Fórum-do-Eixo e Companheiros?
Pois bem, segundo os
Representantes do Sindicato Servidores da Educação do Município de
Goiânia(Simsed), as agressões começaram quando os professores
tentaram realizar uma caminhada dentro dos corredores da prefeitura.
Logo após a repressão, o prefeito Paulo Garcia se pronunciou no
Twitter para comentar o ocorrido: “Lamento profundamente qualquer
ato de vandalismo. Não se faz manifestações democráticas que não
de forma pacífica.” e “Manifestação pacífica não invade
áreas de circulação restrita, que existe em qualquer parte do
mundo civilizado.”
Essa demagogia de quem
prioriza o diálogo é pura mentira. O próprio Simsed, em sua
página, alegou diversas vezes, por meio de notas, que a prefeitura
não cogita atender o movimento grevista. Ademais, os educadores e
servidores estão reivindicando o pagamento do retroativo da
data-base de 2014 dos servidores administrativos, revogação do
decreto 2718 de maio de 2015, RETIRADA imediata do projeto de reforma
administrativa que reduz e corta os direitos dos trabalhadores,
cumprimento dos compromissos acordados nas greves de 2013 e 2014, o
pagamento das titularidades e o pagamento do retroativo de 2014 do
Piso dos professores.
As práticas de negação
dos direitos dos trabalhadores, por parte de Paulo Garcia, não vem
de hoje. Em 2010, os professores entraram em greve para pressioná-lo
a pagar o piso salarial nacional da categoria estabelecido por lei.
De forma semelhante ao dia 23/04, o petista pediu apoio da sua guarda
particular para reprimir os “vândalos”. E não é que desse lado
do muro, o costume é de se chamar professor de “vândalo”. Ora,
basta lembrar o dia em que os educadores de São Paulo foram taxados
assim pela dita mídia alternativa. Para esses coletivos, assim como
para Brás Cubas, a ideia traz duas faces, como as medalhas, uma
virada para o público, outra virada para si próprio.
Solidariedade aos
professores da rede municipal de educação de Goiânia e total
repúdio à violência praticada contra eles pela guarda civil a
mando do prefeito Paulo Garcia (PT) - que de trabalhadores só tem o
nome. O Guerrilha GRR apoia a mobilização dos professores, e se
posiciona contra a triste atitude de coletivos e movimentos que
repetem o discurso da grande mídia e da direita, criminalizando a
revolta de uma classe injustiçada pelo próprio governo.
» Guilherme Vidal
é pesquisador em ciências econômicas e colunista no coletivo
Guerrilha
Extraído de:
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