segunda-feira, 22 de março de 2010

Marina Silva rasga de vez a fantasia de progressista

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Na última sexta-feira a candidata do PV à Presidência da República rasgou de vez a fantasia de progressista que alguns acreditavam que ela pudesse vestir na campanha eleitoral.

Em Cuiabá, Marina Silva defendeu os 16 anos da atual política econômica, comemorou o superávit primário e deixou claro que seu governo daria autonomia ao Banco Central e que chamaria uma Assembléia Constituinte exclusiva para aprovar as "reformas que o país precisa".

"(...) defendemos o superávit primário, uma conquista dos últimos 16 anos" [*], disse a candidata "verde". Realmente para os banqueiros tratou-se de uma grande conquista que foi concedida por Fernando Henrique e mantida por Lula.

Dar autonomia ao Banco Central seria outra grande conquista para o capital financeiro. Porém vai na contramão do atual debate travado por economistas defensores do próprio capitalismo que têm defendido a regulação do sistema financeiro.

E chamar uma Constituinte em um momento de refluxo das lutas de massas só serviria para abater direitos da classe trabalhadora e aprovar as reformas que as classes dominantes brasileiras desejam como as da Previdência, Trabalhista, etc.

O programa de governo de Marina Silva é tão bicudo quanto o do Serra e o seu peleguismo, que se utiliza da sua História e influência junto a setores populares para servir as classes dominantes, é tão similar quanto o de Lula e o de Dilma.

Desta forma a sua candidatura demonstra que não tem nenhuma condição de expressar uma alternativa ao bloco hegemônico que busca polarizar a eleição presidencial.

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[*] Marina defende manutenção de política econômica dos últimos 16 anos (20/03/2010):
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/03/19/marina-defende-manutencao-de-politica-economica-dos-ultimos-16-anos-916127106.asp
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