quarta-feira, 28 de novembro de 2018

A estupidez é funcional ao ajuste

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Luiz Henrique Mandetta, Ministro da Saúde do governo Bolsonaro, fez declarações contra as políticas públicas de conscientização sobre DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), em especial da AIDS. Segundo ele, como assunto de sexualidade, isso deveria ser tratado no âmbito familiar e não na esfera governamental.

Mandetta não é um fanático religioso mas médico de formação. Representante dos planos privados de saúde dentro do governo é investigado por fraudes, tráfico de influência e caixa dois. É um malandro, não um estúpido.

E por ser um malandro parece que compreendeu que a estupidez deste governo serve a implementação do ajuste fiscal que favorece a ampliação dos lucros do setor que representa. 

O governo Bolsonaro conseguiu a proeza de inverter o famoso ditado popular que afirma que maluco é quem rasga dinheiro. Nele a maluquice serve para a aplicação do ajuste fiscal que amplia os lucros dos grandes grupos econômicos.


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O "menos universidade" do Ministro da Educação

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A bizarra afirmação, dentre várias, do Ministro da Educação do governo Bolsonaro, Ricardo Vélez Rodríguez, de que nossos jovens saiam do ensino médio para o mercado de trabalho e arrumem outra atividade -- como ser youtuber -- em vez de entrar na universidade deve ser encarada para além do escárnio.

Essa sugestão se dá nos marcos do aprofundamento de um ajuste fiscal que ampliará o sucateamento das universidades públicas e reduzirá sua oferta de vagas.

Soma-se a isso um novo ensino médio que tornará ainda mais precária a formação dos jovens nas escolas públicas e temos que ficará ainda mais difícil ingressar na universidade.

Sem contar que o programa de governo de Bolsonaro diz que o Brasil já investe o suficiente em educação e que até retirará do ensino superior para realocar no ensino básico. E é aqui que os pastores políticos vão ganhar através de creches vinculadas às igrejas, algo em torno de R$ 49 bilhões -- quase a metade do orçamento do MEC.

Rodríguez está tentando dar mais uma justificativa para todo esse estado de coisas. E isso é muito sério por mais absurdo que seja.



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quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Como são feitas as privatizações?

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0) Empresário não se interessa por empresa deficitária, logo é mito que o Estado privatiza empresas com prejuízos.

1) Se a estatal a ser privatizada possui carências de infraestrutura é o Estado que investe nela antes de privatizar, embora o governo alegue que está privatizando por ter perdido a capacidade de investimento.

2) O Estado assume os passivos das estatais que serão privatizadas. Isso aumenta a dívida pública do governo.

3) Os empresários compram as estatais com recursos públicos (com dinheiro do BNDES ou outros bancos públicos) em financiamentos a fundo perdido cujo empréstimo muitas vezes não é pago.

4) As empresas já privatizadas recebem mais recursos públicos (BNDES ou outros) para investimentos – lembre-se de que o governo alegava que precisava privatizar por não ter recursos.

5) Boa parte dos recursos do BNDES são obtidos com emissão de títulos da dívida pública, logo esse financiamento das privatizações é subsidiado e aumenta a dívida pública.

6) Muitos leilões de privatizações são jogos de cartas marcadas onde as estatais são repassadas para os amigos dos políticos.

7) O saldo de todo este processo é o seguinte: o Estado financia a fundo perdido a privatização de estatais rentáveis abrindo mão de receitas e aumentando a sua dívida pública que depois é paga com ajustes fiscais que retiram recursos da saúde, da educação e da segurança – áreas que os governos dizem que terão mais investimentos após as privatizações.

8) Não é por acaso que são chamadas de privatarias!





Programa de governo de Jair Bolsonaro, p.62.





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