sábado, 6 de junho de 2015

A greve que não saiu na mídia gourmet

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Por Guilherme Vidal - 1 MONTH AGO


Em greve há quase um mês, Professores e Servidores da Saúde de Goiânia não estão ocupando destaque na mídia burguesa, tampouco na dita “alternativa”. Obviamente, os conglomerados da comunicação não são de cobrir greves e protestos populares - feita ressalva à categoria “panelaço”. Entretanto, e os nossos Jornalistas Livres? Livres, pero no mucho.

Assim como no caso da Cracolândia, a imprensa dos editais acabaram não cobrindo a repressão e truculência da polícia, muito menos o despotismo dos agentes políticos. Dando nome aos bois, Fernando Haddad e Paulo Garcia, ambos prefeitos pelo PT, respectivamente, de São Paulo e de Goiânia. No caso de Goiânia, professores da rede municipal de ensino foram feridos a pauladas pela Guarda Civil Metropolitana DENTRO do Paço Municipal(23/04). Cadê a cobertura da Carta Capital, Revista Fórum-do-Eixo e Companheiros?

Pois bem, segundo os Representantes do Sindicato Servidores da Educação do Município de Goiânia(Simsed), as agressões começaram quando os professores tentaram realizar uma caminhada dentro dos corredores da prefeitura. Logo após a repressão, o prefeito Paulo Garcia se pronunciou no Twitter para comentar o ocorrido: “Lamento profundamente qualquer ato de vandalismo. Não se faz manifestações democráticas que não de forma pacífica.” e “Manifestação pacífica não invade áreas de circulação restrita, que existe em qualquer parte do mundo civilizado.”

Essa demagogia de quem prioriza o diálogo é pura mentira. O próprio Simsed, em sua página, alegou diversas vezes, por meio de notas, que a prefeitura não cogita atender o movimento grevista. Ademais, os educadores e servidores estão reivindicando o pagamento do retroativo da data-base de 2014 dos servidores administrativos, revogação do decreto 2718 de maio de 2015, RETIRADA imediata do projeto de reforma administrativa que reduz e corta os direitos dos trabalhadores, cumprimento dos compromissos acordados nas greves de 2013 e 2014, o pagamento das titularidades e o pagamento do retroativo de 2014 do Piso dos professores.


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As práticas de negação dos direitos dos trabalhadores, por parte de Paulo Garcia, não vem de hoje. Em 2010, os professores entraram em greve para pressioná-lo a pagar o piso salarial nacional da categoria estabelecido por lei. De forma semelhante ao dia 23/04, o petista pediu apoio da sua guarda particular para reprimir os “vândalos”. E não é que desse lado do muro, o costume é de se chamar professor de “vândalo”. Ora, basta lembrar o dia em que os educadores de São Paulo foram taxados assim pela dita mídia alternativa. Para esses coletivos, assim como para Brás Cubas, a ideia traz duas faces, como as medalhas, uma virada para o público, outra virada para si próprio.

Solidariedade aos professores da rede municipal de educação de Goiânia e total repúdio à violência praticada contra eles pela guarda civil a mando do prefeito Paulo Garcia (PT) - que de trabalhadores só tem o nome. O Guerrilha GRR apoia a mobilização dos professores, e se posiciona contra a triste atitude de coletivos e movimentos que repetem o discurso da grande mídia e da direita, criminalizando a revolta de uma classe injustiçada pelo próprio governo.


» Guilherme Vidal é pesquisador em ciências econômicas e colunista no coletivo Guerrilha


Extraído de:


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