domingo, 9 de dezembro de 2012

Governo Dilma infla ainda mais a bolha imobiliária

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Na última semana o Governo Dilma anunciou uma série de medidas para a construção civil atuante no país. Trata-se de mais um pacote "anticrise" em benefício do capital que vai inflar ainda mais a bolha imobiliária brasileira.

Entre as medidas anunciadas pelo governo consta a desoneração da folha de pagamentos que acerta em cheio a previdência pública, redução de impostos (como o IR, CSLL, PIS e Cofins), além de uma linha de capital de giro de R$ 2 bilhões. [1]

O objetivo claro é tentar manter a acumulação e reprodução do capital, em especial o especulativo, mas o governo tentou posar de defensor dos trabalhadores ao mencionar a questão dos empregos.

A sinceridade de tais assertivas podem ser constatadas nas demissões no setor automotivo - onde as benesses despejadas às montadoras também "visavam" proteger os empregos [2] - e as 6 mil demissões na Usina de Jirau, em 2011, que contaram com o apoio do próprio governo petista.


Apagando incêndio com gasolina!

Até 2008 a prioridade no Brasil era a produção para exportação. Quando a crise estoura essas ficam prejudicadas e o governo brasileiro, para escoar essa produção, passa a tomar medidas para estimular o consumo interno das famílias, o chamado mercado interno, até então negligenciado. [3]

Para alavancar o mercado interno foi expandida oferta de crédito para o consumo e inflada a bolha imobiliária. Tais medidas são as mesmas que os países capitalistas centrais tomaram para enfrentar a crise de superprodução do capital e que apenas empurraram a crise com a barriga. Apesar disso nesses países há uma tentativa de reativar esses mecanismos já demonstrados fracassados.

Os governos petistas primeiro chamaram a crise de "marolinha", depois disseram que o Brasil estava "blindado" dela e por último que o país enfrentava a crise com medidas diferentes dos países europeus e dos Estados Unidos.

Um olhar atento já demonstrava que tal discurso não correspondia à realidade. Agora as práticas já não podem ser dissimuladas tão facilmente. E em um futuro próximo ficará evidente aos olhos dos trabalhadores brasileiros que são eles que pagam pela crise.

O governo que prejudica a previdência pública com a desoneração da folha de pagamentos tem fugido de acabar com o fator previdenciário e já estuda uma nova contra-reforma para o setor. Também busca realizar uma contra-reforma nas leis trabalhistas do país, com o apoio da direção da CUT.

Essas serão algumas das medidas "anticrise" que o governo petista buscará implementar em breve. Em julho, José Dirceu, já pedia por elas:

"Por mais importantes que tenham sido as medidas adotadas até agora, precisamos avançar. As decisões que devem ser tomadas, de caráter político, envolvem o Congresso Nacional, partidos, empresários e sindicatos de trabalhadores. As greves e as pressões sobre o governo indicam a necessidade de uma pactuação política sobre as próximas medidas e ou reformas, sem falar nas reformas trabalhista e/ou previdenciária." [4] 



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[1] Governo federal anuncia pacote de incentivo à construção civil (05/12/2012):

[2] Setor automotivo mostra que trabalhadores pagam pela crise no Brasil (05/08/2012):

[3] A crise no Brasil (06/05/2012):

[4] Crise lá fora não deixa dúvidas: 2013 também não será fácil (24/07/2012):

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