domingo, 4 de novembro de 2012

Governo Tarso amplia benesses para a Gerdau

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Na última quinta-feira (01/11) o Governo Tarso assinou um acordo que aprofunda as benesses fiscais para a Gerdau ampliar a Usina Riograndense, localizada em Sapucaia do Sul, região metropolitana de Porto Alegre.

A medida mostra mais uma vez que a gestão petista optou por governar para os de sempre. O próprio site oficial do governo do Estado aponta para o papel decisivo das medidas adotadas pela atual administração para a efetivação do acordo:

"O investimento está enquadrado nas regras de incentivo previstas pela Política Industrial do Estado e definidas pelo Novo Fundopem. O empreendimento foi classificado na categoria especial, pelo critério de volume aplicado no projeto, superior a R$ 265 milhões. Com a Política Industrial, os benefícios fiscais entraram em sintonia com a estratégia de desenvolvimento. "O investimento reforça o compromisso da Gerdau com o nosso Estado, origem de nossa empresa, e contribui para a competitividade de nossos clientes e a excelência de nossos produtos", afirmou o diretor-presidente (CEO) da Gerdau, André Gerdau Johannpeter. O empresário agradeceu a parceria e ressaltou que a revisão do Fundopem viabilizou o investimento da empresa no Rio Grande do Sul." [1]

Em abril desse ano analisei a Política Industrial anunciada pelo Governo Tarso e classifiquei-a como "um entreguismo sem precedentes". De fato as medidas que a integram vão além das isenções fiscais, elas prevêem mais de 200 ações, entre elas aumentar o endividamento do Estado do Rio Grande do Sul para subsidiar privilégios para as grandes empresas [2]. O governador Tarso Genro e seus apoiadores têm classificado esse entreguismo descarado e vergonhoso de "Estado indutor".
Por fim é importante mencionar que as isenções fiscais às grandes empresas, incluindo multinacionais estrangeiras, já vinham sendo praticadas antes mesmo do anúncio do Pacote Industrial.

Voltando ao referido acordo com a Gerdau, o jornal Correio do Povo informa que sequer há garantia de geração de novos postos de trabalho (argumento preferido dos governos para ampliar privilégios para as grandes empresas):

"Cerca de 50% da produção de aço da usina Riograndense é destinada para o Rio Grande do Sul e o restante para Santa Catarina e Paraná, principalmente para setores como construção civil e indústria metalmecânica. No entanto, não há expectativa de geração de novos empregos. A usina Riograndense – primeiro empreendimento da Gerdau no Rio Grande do Sul – tem atualmente 1,2 mil trabalhadores e a criação de postos de trabalhos vai depender da necessidade do mercado e da situação econômica. A previsão é de que as obras comecem em 2013 e que o início da operação ocorra no segundo semestre de 2015." [3]

Mesmo assim o Estado do Rio Grande do Sul concedeu a empresa um desconto de 75% do ICMS, que poderá chegar a até 90% [4].

Inebriado com o seu entreguismo, o governador Tarso Genro chegou a fazer uma comparação descabida e irreal do seu Estado com a Europa e a China, onde no primeiro se estaria podendo reduzir impostos (sem mencionar que é para os mais ricos) enquanto nos segundos se estaria elevando os mesmos (também sem mencionar que é para o andar de baixo):

"Esta negociação levou mais de um ano. Nós estamos felizes por esse investimento ser feito no Rio Grande do Sul, enquanto vemos a Europa e a China revendo investimentos." [idem 3]

"No momento em que a Europa enfrenta uma crise e há uma desaceleração na economia, o RS é um contraponto a este cenário" [idem 1]


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[1] Governo e Gerdau assinam protocolo de investimento de R$ 460 milhões para ampliação de usina (01/11/2012):

Novo Fundopem viabiliza investimento de R$ 460 milhões da Gerdau em Sapucaia do Sul (01/11/2012):

[2] Política Industrial de Tarso: um entreguismo sem precedentes (03/04/2012):

[3] Usina de Sapucaia do Sul receberá investimento de R$ 460 milhões (01/11/2012):

[4] Nova aciaria da usina Riograndense deve entrar em operação em 2015 (01/11/2012):

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