sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Um terceiro mandato despercebido


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Em outubro do ano passado, na cidade de Nova Iorque, o Prefeito Republicano Michael Bloomberg ganhou o direito de disputar um terceiro mandato. Curiosamente não se viram analistas políticos tupiniquins falando em "populismo", "messianismo", "golpe na democracia", "impulso autoritário" e "fragilidade institucional". Será por que era na terra da "liberdade"?

Por 29 votos à 22 o Conselho Municipal, equivalente a nossa Câmara de Vereadores, ampliou de dois para três o limite dos mandatos tanto do Prefeito como dos Vereadores. A próxima eleição ocorrerá em novembro desse ano.

A proposta partiu do próprio Bloomberg. A justificativa? Ele seria o único preparado para enfrentar na cidade a crise econômica que assolou o país.

A forma como ocorreu a mudança rompeu a lógica anterior e por isso foi vista como ilegítima por alguns cidadãos:
"Referendos realizados nos anos 90 confirmaram, por duas vezes, o limite de dois mandatos para a prefeitura, e muitos nova-iorquinos afirmam que apenas um novo popular - e não uma votação no Conselho Municipal - teria legitimidade para mudar a lei."
http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2008/10/23/ult34u213154.jhtm

Em uma coletiva de imprensa nesse ano Bloomberg insultou o jornalista Azi Paybarah depois que esse questionou-o sobre o terceiro mandato. O vídeo do destempero do Prefeito nova-iorquino tornou-se um sucesso local.

Michael Bloomberg está entre os dez homens mais ricos dos Estados Unidos. O empresário bilionário de 67 anos tem experiência no mercado financeiro tendo sido inclusive corretor de Wall Street. Foi eleito pela primeira vez em 2001 e reeleito em 2005. Seu atual mandato se encerra neste ano.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Maioria dos alemães orientais sente que a vida era melhor no comunismo

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05/07/2009 - 00h01

Por Julia Bonstein (UOL)

A apologia da República Democrática Alemã está em alta, duas décadas depois da queda do muro de Berlim. Os jovens e os mais ricos estão entre os que desaprovam as críticas segundo as quais a Alemanha Oriental era um "Estado ilegítimo". Numa nova pesquisa, mais da metade dos antigos alemães orientais defende a RDA.

A vida de Birger, nascido do Estado de Mecklenburg-Pomerânia Ocidental no nordeste da Alemanha, poderia ser vista como uma história do sucesso alemão. O muro de Berlim caiu quando ele tinha dez anos.
Depois de se formar no colegial, ele estudou economia e administração em Hamburgo, morou na Índia e na África do Sul, e depois conseguiu um emprego numa companhia na cidade ocidental de Duisburg. Hoje, Birger, 30, planeja velejar no Mediterrâneo. Ele não quis usar seu nome verdadeiro nesta reportagem, porque não quer ser associado à
antiga Alemanha Oriental, que ele vê como "um rótulo com conotações negativas."

Mesmo assim, sentado num café em Hamburgo, Birger defende o antigo país comunista. "A maioria dos cidadãos alemães orientais tinha uma vida boa", diz ele. "Com certeza, não acho que aqui é melhor." Por "aqui", ele quer dizer a Alemanha reunificada, que ele submete a comparações questionáveis.

"No passado havia a Stasi [polícia secreta da Alemanha Oriental], e hoje existe (o ministro de interior da Alemanha Wolfgang) Schäuble - ou o GEZ (o centro de arrecadação de impostos das instituições de rádio e televisão públicas da Alemanha) - que coleta informações sobre nós." Na opinião de Birger, não há diferenças fundamentais entre a ditadura e o momento atual. "As pessoas que vivem na linha de pobreza hoje não têm liberdade para viajar."

Birger não é de forma alguma um jovem sem instrução. Ele está consciente da espionagem e da repressão que aconteceram na antiga Alemanha Oriental, e, segundo ele, "não era uma coisa boa que as pessoas não pudessem sair do país, e muitos foram oprimidos". Ele não é fã do que acredita ser uma nostalgia desprezível pela antiga Alemanha Oriental. "Eu não construí um templo para adoração dos pickles Spreewald na minha casa", disse ele, referindo-se à conserva que fazia parte da identidade da Alemanha Oriental. De qualquer forma, ele não perde tempo em argumentar contra os que criticam o lugar que seus pais chamavam de lar: "Não dá para dizer que a RDA era um estado ilegítimo, e que tudo está bem hoje".

Como um defensor da ditadura da antiga Alemanha Oriental, o jovem compartilha da visão da maioria das pessoas da parte oriental da Alemanha. Hoje, vinte anos depois da queda do muro de Berlim, 57%, ou a maioria absoluta, de alemães orientais defendem a antiga Alemanha Oriental. "A RDA tinha mais pontos positivos do que negativos. Havia alguns problemas, mas a vida era boa lá", dizem 49% dos entrevistados. Oito por cento dos alemães orientais se opõem veementemente a todas as críticas à sua antiga terra natal e concordam com a declaração: "a RDA tinha, na maior parte, pontos positivos. A vida lá era mais feliz e melhor do que na Alemanha reunificada de hoje".

O resultado dessas pesquisas, divulgado na sexta-feira em Berlim, revela que a glorificação da antiga Alemanha Oriental atingiu o cerne da sociedade. Hoje, não é mais uma mera nostalgia eterna que chora a perda da RDA. "Uma nova forma de Ostalgia (nostalgia pela antiga RDA) se constituiu", diz o historiador Stefan Wolle. "A ânsia pelo mundo ideal da ditadura vai muito além das antigas autoridades governamentais." Até os jovens que quase não tiveram experiência com a RDA a estão idealizando hoje. "O valor de sua própria história está em jogo", diz Wolle.

As pessoas estão ignorando os defeitos da ditadura, como se as críticas ao Estado fossem um questionamento de seu próprio passado. "Muitos alemães orientais percebem as críticas ao sistema como um ataque pessoal", diz o cientista político Klaus Schroeder, 59, diretor de um instituto na Universidade Livre de Berlim que estuda o antigo Estado comunista.

Ele alerta a respeito dos esforços para subestimar a ditadora SED por parte dos jovens cujo conhecimento sobre a RDA é derivado principalmente de conversas familiares, e não tanto daquilo que aprenderam na escola. "Nem mesmo metade desses jovens na parte oriental da Alemanha descrevem a RDA como uma ditadura, e a maioria acredita que a Stasi era um serviço de inteligência normal", concluiu Schroeder num estudo de 2008 feito com estudantes. "Esses jovens não podem, e na verdade não querem, reconhecer o lado sombrio da RDA."

"Retirados do paraíso"

Schroeder fez inimigos com declarações como essa. Ele recebeu mais de quatro mil cartas, algumas delas furiosas, em resposta a reportagens sobre seu estudo. Birger, de 30 anos, também enviou um e-mail para Schroeder. O cientista político agora compilou uma seleção de cartas típicas para documentar o clima opinativo no qual a RDA e a Alemanha unificada são discutidas na parte oriental da Alemanha. Parte do material proporciona um insight chocante sobre os pensamentos dos cidadãos decepcionados e irritados. "Sob a perspectiva atual, acredito que fomos retirados do paraíso quando o muro caiu", escreveu uma pessoa, e um homem de 38 anos "agradece a Deus" por ter tido a chance de viver na RDA, acrescentando que só depois da reunificação da Alemanha ele observou a existência pessoas que temiam por sua existência, pedintes e pessoas sem-teto.

A Alemanha de hoje é descrita como um "Estado de escravos" e uma "ditadura do capital", e alguns autores das cartas rejeitam a Alemanha por ser, em sua opinião, muito capitalista ou ditatorial, e certamente não democrática. Schroeder acha essas declarações alarmantes. "Temo que a maioria dos alemães orientais não se identifiquem com o atual sistema sociopolítico."

Muitos dos autores das cartas são pessoas que não se beneficiaram da reunificação da Alemanha ou que preferem viver no passado. Mas também incluem pessoas como Thorsten Schön.

Depois de 1989, Shön, um artesão de Stralsund, cidade do mar Báltico, a princípio atingiu um sucesso depois do outro. Apesar de não ser mais dono do Porsche que comprou depois da reunificação, o tapete de pele de leão que ele comprou numa viagem à África do Sul - uma das muitas que fez ao exterior nos últimos 20 anos - ainda está estendido no chão de sua sala de estar. "Não há dúvida: eu tive sorte", disse o homem de 51 anos. O grande contrato que ele conseguiu durante o período após a unificação tornou as coisas mais fáceis para Schön abrir seu próprio negócio. Hoje ele tem uma visão clara de Strelasund direto da janela de sua casa avarandada.

"As pessoas mentem e trapaceiam em todo lugar hoje"

Objetos de Bali decoram sua sala de estar, e uma versão em miniatura da Estátua da Liberdade fica ao lado do seu DVD player. Apesar de tudo, Schön senta-se no sofá e conta com entusiasmo sobre os bons e velhos tempos na Alemanha Oriental. "Antigamente, as áreas de camping eram lugares onde as pessoas desfrutavam da liberdade juntas", diz ele. O que ele mais sente falta hoje é "daquele sentimento de companheirismo e solidariedade". A economia da escassez, completada pelas trocas, era "mais como um hobby". Se ele tem uma ficha na Stasi? "Não estou interessado nisso", diz Schön. "Além do mais, seria muito desapontador."

Sua avaliação sobre a RDA é clara: "No que me diz respeito, o que tivemos naquela época foi menos ditatorial do que temos hoje". Ele quer ver salários iguais e pensões iguais para os moradores da antiga Alemanha Oriental. E quando Schön começa a reclamar da Alemanha unificada, sua voz contêm um elemento de satisfação consigo mesmo. As pessoas mentem e trapaceiam em todo lugar hoje, diz ele, e as injustiças de hoje são simplesmente perpetradas de uma forma mais astuta do que na RDA, onde não se ouvia falar de salários de fome e pneus de carro cortados. Schön não tem nada a dizer sobre suas próprias experiências ruins na Alemanha atual. "Estou melhor hoje do que antes", diz ele, "mas não estou mais satisfeito."

O pensamento de Schön envolve menos a lógica fria do que a necessidade de defender seu ponto. O que o torna particularmente insatisfeito é "o modo falso como o Oeste pinta o Leste hoje". A RDA, diz ele, "não era um Estado injusto", mas "meu lar, onde minhas conquistas eram reconhecidas". Schön repete obstinadamente a história de como levou anos de trabalho duro para ele começar seu próprio negócio em 1989 - antes da reunificação, ele acrescenta. "Aqueles que trabalharam duro também foram capazes de se dar bem na RDA". Isso, diz ele, é uma das verdades que são persistentemente negadas nos programas de debate, quando os alemães ocidentais "agem como se os alemães orientais fossem todos um pouco tolos e ainda deveriam estar de joelhos em gratidão pela reunificação". O que exatamente há para ser celebrado, Schön se pergunta?

"Memórias tingidas de cor-de-rosa são mais fortes do que as estatísticas de pessoas tentando escapar e os pedidos de vistos de saída, e ainda mais fortes do que os arquivos sobre assassinatos no muro de Berlim e sentenças políticas injustas", diz o historiador Wolle.

São as memórias de pessoas cujas famílias não foram perseguidas e vitimizadas na Alemanha Oriental, de pessoas como Birger, de 30 anos, que diz hoje: "Se a reunificação não tivesse acontecido, eu também teria tido uma vida boa".

A vida como um cidadão da RDA

Depois de se formar na universidade, diz, ele teria sem dúvida aceitado uma "posição de gerência em alguma empresa", talvez da mesma forma que seu pai, que era o presidente de uma cooperativa de fazendeiros. "A RDA não tinha nenhuma influência na vida de um cidadão da RDA", conclui Birger. Essa visão é compartilhada por seus amigos, todos eles com estudo superior e filhos de ex-alemães orientais, nascidos em 1978. "Reunificação ou não", concluiu o grupo de amigos recentemente, de fato não faz diferença para eles. Sem a reunificação, suas opções de viagem seriam Moscou ou Praga, em vez de Londres e Bruxelas. E o amigo que trabalha no governo em Mecklenburg hoje provavelmente teria sido um oficial leal ao partido na RDA.

O jovem expressa suas visões de forma equilibrada e com poucas palavras, apesar de parecer um pouco desafiador em alguns momentos, como quando diz: "Eu sei, o que estou dizendo não é tão interessante. A história das vítimas é mais fácil de contar."

Birger não costuma mencionar sua origem. Em Duisburg, onde ele trabalha, quase ninguém sabe que ele é da Alemanha Oriental. Mas nessa tarde, Birger está disposto a contradizer "a história escrita pelos vitoriosos". "Na percepção do público, há apenas vítimas e carrascos. Mas as massas ficam à margem."

Eis alguém que se sente pessoalmente afetado quando o terror e a repressão da Stasi são mencionados. Ele é um acadêmico que sabe "que ninguém pode consentir com os assassinatos no muro de Berlim".
Entretanto, no que diz respeito às ordens dos guardas no muro de matar os que tentassem fugir, ele diz: "Se há um grande sinal ali, você nãodeveria ir lá. Foi totalmente negligente".

Isso levanta uma antiga questão mais uma vez: existia uma vida real em meio à fraude? Subestimar a ditadura é visto como o preço que as pessoas pagam para preservar seu autorrespeito. "As pessoas estão defendendo suas próprias vidas", escreve o cientista político Schroeder, descrevendo a tragédia de um país dividido.

(Tradução: Eloise De Vylder)
http://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2009/07/05/ult2682u1224.jhtm

O original encontram-se na página da Revista conservadora alemã Der Spiegel:
http://www.spiegel.de/international/germany/0,1518,634122,00.html

terça-feira, 25 de agosto de 2009

A propriedade privada e os não-proprietários

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"O que caracteriza o comunismo não é a abolição da propriedade geral, mas a abolição da propriedade burguesa.
A propriedade privada atual, a propriedade burguesa, é (...) baseada (...) na exploração de uns pelos outros."
Marx, Engels (Manifesto Comunista)



Toda vez que movimentos organizados colocam em questionamento com suas ações a propriedade privada dos meios de produção, onde muitos produzem a riqueza que poucos se apropriam, é comum perceber o receio que parcelas dos não-proprietários apresentam sobre o tema.

Tal comportamento é fruto da estigmatização e confusão produzidas pelos meios de desinformação de massa das classes proprietárias. Assim a ocupação de uma fábrica ou de um latifúndio, ou seja da propriedade privada dos meios de produção que é a base da injustiça e da exploração capitalista, é equiparada à uma improvável invasão coletiva de uma casa residencial, que é outro tipo de propriedade, ou até mesmo de um carro, que é um bem de consumo.

"Imagina se eles invadem a tua casa"? "Alvejam o teu carro?", se assusta a parcela não-proprietária da sociedade envenenada pela estigmatização da mídia das classes dominantes.

O que esse setor não sabe devido a massiva desinformação e ocultação é que mesmo em Cuba as casas residenciais são de propriedade dos trabalhadores e não de posse do governo como propalam alguns. Lá inclusive os trabalhadores recebem financiamento do governo para comprar suas casas.

A História mostra que quem colocou - e ainda coloca - em risco a pequena propriedade privada ou outros tipos de propriedades são exatamente os ditos defensores da propriedade privada.

Na Inglaterra a formação do latifúndio incluiu desde o incêndio de vilas de camponeses, para que esses deixassem sua pequena propriedade, até a brutal lei de cercamentos que acabou por considerar invasores os pequenos camponeses.

Nos Estados Unidos a formação do latifúndio andou de mãos dadas com o genocídio indígena.

No Brasil a lei de terras do século XIX criou exigências que só os abastados podiam cumprir e/ou comprar, legitimando assim a expulsão de pequenos proprietários e a posterior apropriação das suas terras pelos grandes.

Na China do século XXI, que sofre um intenso processo de restauração do capitalismo, a privatização e concentração da propriedade não tem sido respeitosa com o que adquiriram os pequenos camponeses. Não por acaso a maioria dos conflitos sociais têm tido como palco o campo.

Se ainda resta alguma dúvida sobre o assunto a atual crise econômica é didática: enquanto o governo americano despeja trilhões dos contribuintes para salvar a propriedade privada dos meios de produção dos banqueiros e dos grandes empresários, muitos americanos médios que perderam o emprego e a capacidade de pagamento foram despejados das suas casas.

Para finalizar com chave de ouro segue a insuspeita e esclarecedora posição do liberal clássico francês Benjamin Constant, que durante a democracia censitária que reinou na Inglaterra e nos Estados Unidos - onde só participavam e votavam os grandes proprietários dos meios de produção -, argumentava assim em favor da continuidade da exclusão eleitoral das camadas médias e populares:
"o objetivo necessário dos não-proprietários é chegar à propriedade, todos os meios que forem dados a eles vão ser utilizados para essa finalidade" por isso os direitos políticos "nas mãos do maior número vão servir (...) para invadir a propriedade". [*]



[*] Constant citado em Losurdo: Contra-História do Liberalismo, p.267.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Chineses barram privatização...de novo!

Pela segunda vez em menos de um mês a mobilização dos trabalhadores chineses abortou um processo de privatização. Desta vez foi na província de Henan onde seria entregue a estatal Linzhou Iron and Steel Co que fabrica aço.

Aproximadamente 400 trabalhadores tomaram os escritórios da empresa, renderam o responsável do governo pelo processo de privatização e permaneceram mobilizados por quatro dias no local.
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,protesto-faz-china-suspender-privatizacao-de-estatal,419727,0.htm

Há poucas semanas atrás, na província de Jilin, um executivo foi espancado até a morte pelos trabalhadores da siderúrgica Tonghua Iron and Steel após anunciar que 30 mil funcionários seriam demitidos. Após o linchamento a fusão da empresa foi cancelada.
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/07/27/operarios+chineses+lincham+ate+a+morte+executivo+que+ia+demitir+30000+pessoas+7518909.html

Os conflitos sociais na China parecem crescer à proporção em que se aprofunda a restauração capitalista no país.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

UFRGS faz convênio com a RBS

No último dia 12 de agosto a Fabico firmou um acordo de cooperação técnica, científica e cultural com o Grupo RBS.
http://www6.ufrgs.br/portaldenoticias/noticias.php?id=1539#

A Universidade Federal do Rio Grande que por seu caráter público poderia instigar o pensamento crítico ao atual modelo de mídia no país acaba assim capitulando vergonhosamente.

Justamente em um momento em que a Rede Globo e a Record trocam farpas e expõem as relações das mídias privadas com o poder e a defesa do status quo.

Filha de Yeda vai processar a imprensa

Tarsila Crusius, filha da governadora Yeda Crusius, vai processar a imprensa devido a publicação da foto que já se tornou clássica onde a desgovernadora aparece histérica atrás das grades do portão de sua mansão xingando os manifestantes.

O motivo alegado por Tarsila é o de que a imagem do seu filho (que também aparece na foto) não foi protegida. Não sabia que o netinho da Yeda tinha direito de imagem. KKK

Serão processados os jornais Zero Hora de Porto Alegre, O Estado de São Paulo, A Folha de São Paulo e até a Revista Veja.[1]

Até agora nenhum jornalista reclamou intervenção na liberdade de imprensa e nem que essa atitude prejudica o acesso público à informação. Nem mesmo o Reinaldo Azevedo que trabalha na Veja e que se apresenta como pródigo defensor das liberdades de imprensa.

Aliás até agora nenhum jornalista estranhou o fato da filha da governadora ocupar o cargo de presidente do Comitê de Ação Solidária que fica ligado ao Gabinete da Governadora. [2]


[1] http://polibiobraga.blogspot.com/2009/08/tarsila-crusius-ja-tem-advogado-para.html

[2] http://www.estado.rs.gov.br/direciona.php?key=aW5jPXR2L3R2LnBocCZhYnJlPXRydWUmbWVzPTYmZGlhPTE4JmFubz0yMDA3JmNvZFR2PTE3MTA=

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Elogio da Dialética

Bertolt Brecht

A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.
Os dominadores se estabelecem por dez mil anos.
Só a força os garante. Tudo ficará como está.
Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.
No mercado da exploração se diz em voz alta:
Agora acaba de começar!

E entre os oprimidos muitos dizem:
Não se realizará jamais o que queremos!
O que ainda vive não diga: jamais!
O seguro não é seguro. Como está não ficará.
Quando os dominadores falarem
falarão também os dominados.
Quem se atreve a dizer: jamais?

De quem depende a continuação desse domínio?
De nós.
De quem depende a sua destruição?
Igualmente de nós.
Os caídos que se levantem!
Os que estão perdidos que lutem!
Quem reconhece a situação como pode calar-se?
Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
E o "hoje" nascerá do "jamais".